Docentes da UESPI em greve! Entenda os motivos

O que nos fez tomar a decisão de deflagrar GREVE GERAL por tempo indeterminado?

Desde o início de 2023, a Coordenação Estadual da ADCESP tem buscado o diálogo com o Governo do Estado, com o objetivo de reverter o grave cenário de desvalorização da categoria, que há 10 anos (2013-2023) sofre com uma defasagem acumulada em sua remuneração superior a 68%.

No entanto, o governador Rafael Fonteles se negou a apresentar proposta de recomposição de nossas perdas salariais, mesmo após quatro reuniões com representações do governo. Da mesma forma, o governo ignorou o apelo conjunto de diversas categorias de servidores estaduais – dentre elas, a de docentes da UESPI – que acamparam em frente à sede do governo, em dezembro de 2023, solicitando diálogo em torno da pauta salarial.

Não bastasse esta indisposição para avançar na negociação sobre a nossa grave realidade salarial, o governador Rafael Fonteles, sem nenhum diálogo, tentou, no final de 2023, alterar o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da categoria docente, através do PLC N.09/2023, que precarizaria ainda mais as relações de trabalho docente, enfraquecendo a pesquisa e a extensão universitárias.

 

Qual a pauta das nossas reivindicações?

Nossa luta neste momento é por recomposição de perdas inflacionárias no salário dos/as docentes da UESPI, que já ultrapassam os 68%; e em defesa do tripé indissociável do ensino-pesquisa-extensão, princípio ameaçado pelo governo (Projeto de Lei Nº 09/2023 enviado ano passado para a Assembleia Legislativa do Piauí e que não foi a votação em razão da mobilização da categoria).

Com o lema: “Eu vivo a UESPI” nossa greve reivindica que o Governo do Estado do Piauí respeite nossa universidade, seus estudantes, docentes, técnicos e, principalmente, nossa autonomia administrativa.

 

Por que o PLC Nº 09/2023 ataca nossa autonomia universitária e prejudica alunos e professores?

O PLC Nº 09/2023 ataca diretamente a autonomia da Universidade ao ter sido proposto pelo governo do Estado do Piauí de forma monocrática e autoritária. A universidade é quem deve decidir internamente sobre mudanças no seu Plano de Cargos, Carreira e Remuneração. Além disso, o projeto configura um grande perigo às pesquisas e extensões produzidas na UESPI, uma vez que aumenta a carga horária de ensino dos docentes 40h para no mínimo 16h. Essa carga horária proposta é maior que a utilizada pelos Institutos Federais, que não tem em sua organicidade a pesquisa e extensão como parte do tripé fundacional, como é o caso das universidades. Hoje, são 2.323 bolsas estudantis vigentes que estão em risco.

A aprovação do PLC N. 09/2023 significaria a impossibilidade dos docentes da UESPI terem tempo para a proposição de projetos para garantir bolsas de ensino, pesquisa e extensão aos discentes. Além disso, significa a perda de recursos que contribuem para o financiamento da Universidade.