Em greve, docentes da UESPI convocam Assembleia Geral para o dia 08/01, onde devem debater os rumos do movimento paredista

Teve início nesta terça-feira (02/01) a greve geral dos/as professores e professoras da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). De acordo com o Sindicato dos Docentes da UESPI (ADCESP), o movimento paredista é uma resposta à falta de diálogo do Governador Rafael Fonteles diante das reivindicações da categoria. A ADCESP alega que buscou, durante todo o ano de 2023, criar espaços de negociação com o governo estadual para tratar sobre a recomposição das perdas inflacionárias, que na última década já acumulam uma defasagem superior a 68%. Sem proposta de solução concreta, a única alternativa foi a deflagração da greve, aprovada em dezembro de 2023.

 

A professora Lucineide Barros, coordenadora geral do sindicato, afirma que foram realizadas quatro reuniões com representantes do governo ao longo do ano e um movimento conjunto de 15 categorias estaduais em frente ao Karnak, em dezembro. “Ainda assim, o Governador recusou-se a apresentar propostas concretas para recomposição das perdas”, afirma.

 

O cenário se agravou após proposta do governador Rafael Fonteles (PLC n°09/2023 enviado para a Assembleia Legislativa no final de 2023) de alteração do Plano de Cargos Carreira e Salário dos docentes. O projeto de lei também sobrecarrega a jornada de trabalho de professores e professoras, ao invés de promover novos concursos para suprir a demanda universitária.

 

“O PLC 09/2023 ameaça a autonomia da UESPI, comprometendo bolsas de ensino, pesquisa e extensão, essenciais para a permanência dos estudantes na UESPI. Tudo isso somado a uma defasagem salarial de quase 70%. Essas são as duas pautas centrais que nos moveram a até a deflagração da greve. A solução para esse problema está nas mãos do Governador do Estado”, afirma Lucineide Barros, coordenadora geral da ADCESP.

 

De acordo com o professor Gisvaldo Oliveira, coordenador estadual da ADCESP e diretor do ANDES – Sindicato Nacional, a greve foi deflagrada em função da falta de diálogo por parte do governador do estado em relação à pauta de recomposição salarial apresentada pelos docentes.

 

“Os docentes da Uespi estão há 10 anos sem reajuste; portanto, vivenciamos um longo período de achatamento dos nossos salários. Diante da recusa do governo do estado em negociar com nossa categoria, não nos restou outra alternativa senão a deflagração da greve por tempo indeterminado. Repudiamos a atitude do governador Rafael Fonteles de recorrer ao poder judiciário para que fosse decretada a ilegalidade da nossa greve. Achamos que essa é uma postura que demonstra o perfil antidemocrático do governador e só faz aprofundar o sentimento de indignação da categoria em relação ao governo. A greve é legítima tanto do ponto de vista da sua pauta quanto do ponto de vista do exercício da própria greve, assegurado constitucionalmente”, afirma.

 

Na próxima segunda-feira (08/01), Assembleia Geral da categoria vai debater os rumos do movimento paredista

A coordenação estadual da ADCESP e o comando de greve convidam todos/as os/as professores e professoras da UESPI, para Assembleia Geral da categoria, a ser realizada na próxima segunda-feira, dia 08 de janeiro de 2024, em frente à reitoria da UESPI, às 10h (em primeira chamada) e 10h30 (em segunda chamada).

A Assembleia vai acontecer em formato híbrido, com condução presencial do campus central da UESPI (em frente à reitoria da universidade) e transmissão remota para os campi do interior do estado.