Na última quarta-feira (26), professores e professoras da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) participaram de audiência com o governo do estado, com o objetivo de ouvir o governo a respeito das reivindicações salariais da categoria. Estiveram presentes na audiência representantes de base da categoria e da coordenação estadual da ADCESP, além da administração superior da UESPI, da Secretaria de Administração do Piauí e Secretaria de Estado das Relações Sociais.
A audiência teve início com a reafirmação dos dados do estudo econômico encomendado pela ADCESP e que apontou uma defasagem salarial na casa de 62%, referentes aos últimos 10 anos. A professora Lucineide Barros, coordenadora geral da ADCESP, explicou que a categoria, a princípio, não está reivindicando reajuste de ganho real e sim a recomposição das perdas salariais.
“Óbvio que nós queremos debater reajuste e ganho real, mas entendemos que as perdas salariais já formam um volume considerável para abrir essa discussão. Por isso, hoje, enquanto outras categorias buscam reajustes, nós buscamos a recomposição das perdas acumuladas nos últimos 10 anos”, afirma.
Em resposta, o secretário de administração apresentou a proposta de levar o debate do reajuste salarial da categoria para o Plano Plurianual – PPA, o que condicionaria o reajuste ou recomposição das perdas para o próximo ano. “Essa é a proposta concreta que estamos apresentando para todas as categorias. O governo quer levar com muita seriedade essas questões”, afirma.
A professora Lina Santana, coordenadora da ADCESP, ressaltou a necessidade de se pensar nas especificidades de cada categoria e que, no caso da UESPI, há aspectos muito particulares. “Apesar de ser um novo governo, é um governo de continuidade. Ou seja, estamos negociando com o mesmo governo há anos e não conseguimos avançar em proposta concreta, por isso a proposta do PPA é algo que nos deixa angustiados. Porque essa é uma proposta para 2024”, afirma.
A professora Maria Celestina e o professor Antônio Dias reafirmaram a importância da categoria da UESPI para o desenvolvimento do Piauí e as dificuldades que a categoria vem enfrentando nos últimos anos; professor Omar, professora Eliana e professora Fábia destacaram as especificidades do trabalho do docente no Ensino Superior, ressaltando a organização e diversidade de encargos. A professor Lucineide Barros reforçou a necessidade de se debater reajuste de salário ainda para o ano de 2023, tendo em vista que se trata de uma categoria de suma importância para o estado, que há quase uma década não tem reajuste efetivo e não deve onerar excessivamente a folha de pagamento, uma vez que é uma categoria pequena em relação às demais e que os salários do governador, vice, secretários e deputados foram reajustados ainda em dezembro de 2022.
Após debate, chegou-se a um consenso de manter aberto os canais de negociação para que, daqui a um mês, no dia 30 de maio, gestores e sindicato voltem a se reunir. Na ocasião, o secretário se comprometeu em realizar um estudo próprio da secretaria acerca das perdas salariais da categoria, a avançar na inserção da categoria na metas do Plano Plurianual e de apresentar alguma proposta possível de ser executada ainda em 2023.
Professores e professoras da UESPI seguem mobilizados, em campanha salarial, a fim de sensibilizar o governo do estado da necessidade urgente de valorização da categoria docente da UESPI e no dia 02 de maio às 9h realizarão assembleia geral para informar com detalhes a discussão feita na audiência e as estratégias de continuidade da Campanha.