Em Teresina, ADCESP e ADUFPI recebem encontro da Regional Nordeste I do ANDES-SN

Nos dias 17 e 17 de novembro, aconteceu, em Teresina, a 16ª Reunião da Diretoria Regional Nordeste I do ANDES-SN, no campus Torquato Neto da Universidade Estadual do Piauí e na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

No primeiro dia, durante o turno da manhã, foi realizada a reunião principal da Diretoria Regional Nordeste I do ANDES-SN, que tratou sobre a avaliação da discussão realizada no 14º Conad Extraordinário a respeito da permanência ou desfiliação do sindicato local com a CSP-Conlutas, como afirma o Prof, Gisvaldo Oliveira, Primeiro Secretário Regional Nordeste I do ANDES-SN e Coordenador Regional da ADCESP/Floriano.

“Foi um debate muito importante e ao final se desdobrou na aprovação da indicação da desfiliação do ANDES-SN à CSP-Conlutas. Há necessidade que nós possamos discutir agora as questões centrais da luta em defesa das condições de trabalho salariais e também as reformas que estão no horizonte e o nosso sindicato vai ter que enfrentar. Então, temos tentado realizar essas reuniões de forma descentralizada como um mecanismo para tentar aproximar cada vez mais a discussão do nosso sindicato para base e construir de baixo pra cima essa luta que vai ser intensa nos próximos anos”, explica o secretário.

No turno da tarde, docentes e demais participantes do encontro se integraram no espaço do Auditório do CCN/UESPI para a Mesa “EAD e Reuni Digital: impasses e desafios para o movimento docente”, composta pela Profa. Clarissa Rodrigues (UFOP/ANDES), que tratou sobre as problemáticas do programa de ensino à distância imposto pelo Governo Federal para as universidades federais e os reflexos disso nas universidades estaduais, em todo o país.

Ao final da palestra, docentes e ouvintes discutiram sobre o tema fazendo apontamentos e tecendo críticas sobre a efetivação desse programa nos espaços de ensinos superior, de exemplo a Universidade Estadual do Piauí, como afirma Clarissa Rodrigues, professora convidada e palestrante. “Nós vimos que é uma política não só para as instituições federais, mas também para as instituições estaduais. Quando a gente se apropria da discussão e vê que é um ataque que faz parte de um projeto muito maior, a gente consegue entender o nosso local de trabalho, compreendendo ele dentro do todo. Essa discussão mostra que não é um problema só local, mas que ele tem articulações maiores no país inteiro e é importante para nossa unidade na luta”, conta a professora.

Também compareceu à reunião da direção regional a Primeira Vice-Presidente Regional Nordeste I do ANDES-SN, a Profa. Sâmbara Paula (UECE/ANDES), que explicou a importância da capital piauiense ter sediado o encontro e os próximos passos da central regional no que diz a respeito do ensino à distância e o programa Reuni Digital.

“O papel da Regional Nordeste I busca fomentar as reflexões necessárias para a ampliação e fortalecimento das lutas e nós sabemos que um dos maiores enfrentamentos desse momento nas universidades públicas para defendê-las é enfrentar o EAD como forma de precarização do ensino, do trabalho docente, da qualidade no que diz respeito ao ensino-aprendizagem e a redução cada vez mais mais da universidade concretamente”, disse a professora.

A Vice-Presidente também explicou as consequências do EAD e o Reuni Digital, que trazem a possibilidade de um ensino que reduz a formação humana, a interação na universidade, vivências dos diferentes sujeitos, sejam alunos, professores, técnicos administrativos e funcionários, sem contar com a redução da possibilidade de luta sindical. Por fim, Sâmbara afirma que as tecnologias facilitam a qualidade de ensino mas não substituem a experiência presencial do ambiente universitário.

Segundo dia de evento:

O último dia de encontros da 16ª Reunião da Diretoria Regional Nordeste I do ANDES-SN foi realizado na Associação de Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI) e com a programação nos turnos da manhã e tarde, o evento contou com reunião e mesa para discutir temas referentes à luta sindical. No turno da manhã, foi realizada no auditório da ADUFPI a Reunião da Diretoria Regional com as Seções Sindicais do Piauí, que foi organizada em quatro momentos: reunião da Diretoria Regional Nordeste 1; reunião da Diretoria Regional Nordeste 1 com as diretorias das seções sindicais do Piauí; e duas mesas de debate abertas à toda a categoria docente, como explica o Prof. Gisvaldo Oliveira, Primeiro Secretário Regional Nordeste I do ANDES-SN e Coordenador Regional da ADCESP/Floriano.

“A reunião teve por objetivo a socialização e fortalecimento das ações do ANDES Sindicato Nacional tanto no tocante às pautas específicas da categoria docente quanto das pautas gerais que envolvem os direitos do conjunto da classe trabalhadora. Os participantes avaliaram de forma muito positiva a atividade realizada pela Regional Nordeste 1 do ANDES-SN e sugeriram que as próximas atividades, neste mesmo formato, sejam realizadas em campus do interior”, explica o secretário.

No turno da tarde, também no auditório da ADUFPI, direção, representantes de movimentos estudantis e público geral participaram da Mesa “Luta antirracista na universidade pública”, espaço ministrado pela Profa. Lourdes Rafaella Florencio (NEABI/IFCE), que tratou sobre os desafios da luta antirracista no ambiente universitário e como essa pauta é essencial dentro do movimento sindical. Ao final da palestra, Lourdes Rafaella explicou a importância de trazer o evento e esse debate para a capital piauiense, discutindo as questões de desigualdades dos negras e negras no estado em relação à um perspectiva região nordeste.

“Se tem uma falsa ideia de que, especificamente no nordeste, a grande concentração de negros está na Bahia e no Maranhão. E isso não é verdade, especialmente quando a gente se debruça sobre os dados. É importante que esse debate aconteça dentro do espaço sindical, dentro da universidade porque esses são espaços que a gente projeta as mudanças sociais. Então a gente só vai conseguir mudar, minimizar essa desigualdade social do Brasil e de Teresina, que é marcado pela questão racial, se a gente conseguir balançar, de fato, as estruturas dessa universidade, que é eurocêntrica, branca e elitista”, explicou a professora.