Na manhã desta quarta-feira, 06/04, a Coordenação Estadual da ADCESP e representantes da Comissão de Negociação estiveram reunidos com a secretária de Administração e Previdência do Piauí, Ariane Benigno, e com a Administração Superior da UESPI, com o objetivo de encontrar soluções para a defasagem salarial da categoria docente, que já acumula uma perda superior à 55% e quase 8 anos sem reajuste.
Na reunião, a Professora Rosângela Assunção, Coordenadora geral da ADCESP, ressaltou a importância e necessidade de uma proposta do Governo do Estado, uma vez que a categoria já apresentou suas reivindicações, inclusive, fundamentadas por um estudo econômico. Além disso, na reunião foram apresentadas outras duas opções e caminhos possíveis para recomposição salarial da categoria, sobretudo, diante das limitações jurídicas em razão do período eleitoral.
A Professora Janete Brito, representante da Comissão de Negociação pautou a importância de, no mínimo, uma equiparação salarial com os professores SEDUC, uma vez que o reajuste concedido aos professores/as especialistas da educação básica do Estado deixou os salários destes maior que o salário dos professores especialistas da UESPI.
“Não estamos questionando o salário dos professores da educação básica. Estamos questionando a desvalorização dos salários dos professores da UESPI. Somos todos professores e todos precisamos ser valorizados. E o Estado não pode tratar de modo diferente profissionais que têm a mesma formação e exercem a mesma função”, afirma Janete Brito.
Com o aumento previsto para abril de 2022 de 10% (UESPI) e o aumento do governo para o professores lotados na SEDUC (Secretaria de Educação), teremos o seguinte cenário:
– Prof. Especialista na SEDUC 40h: R$ 4394,68;
– Prof. Especialista na UESPI 40h: R$ 3908,87
Nesse cenário, seria necessário então um incremento de 11,05% na remuneração dos docentes da UESPI, de modo linear para todos os níveis. Ou seja: partindo inicialmente do Professor Especialista e aplicado, em efeito cadeia, aos demais níveis e classes como é regulamentado pelo Plano de Cargos, Carreira e Salários.
Vale Alimentação
A segunda proposta debatida na reunião foi apresentada pela Reitoria da UESPI, que já elaborou um estudo prévio acerca da viabilidade de inclusão do Auxílio Alimentação na remuneração dos professores/as. De acordo com o professor Evandro Alberto (reitor), a universidade dispõe de uma rubrica destinada a auxílio alimentação, que já foi aprovada nas instâncias da instituição dependendo apenas do governo autorizar a implantação.
Dessa forma, o auxílio seria distribuído entre os mais de 950 professores efetivos da universidade, com valores diferentes para professores 40h, professores 20h e professores em dedicação exclusiva.
A secretária Ariane Benigno afirmou ter desconhecimento dessas diferenças salariais entre as categorias e se comprometeu em analisar as propostas e apresentar, até o dia 27 de Abril (próxima rodada de negociação), uma proposta concreta sobre o assunto. “A governadora pediu que a gente esperasse a implementação do reajuste linear e a partir daí iniciar as negociações por categoria. Acreditamos que até o final do mês seja possível ter uma resposta concreta”, afirmou,
Nossa campanha continua
De acordo com o Professor Antonio Dias, Coordenador de Comunicação da ADCESP, as propostas debatidas hoje são paliativas, limitadas em razão da legislação eleitoral que impede recomposição de perdas salariais. “Mas a nossa luta mesmo é pelos 55% de reajuste, porque é esse percentual que vai recompor as perdas salariais dos últimos 8 anos e trazer o mínimo de valorização para a categoria docente”, afirma.