Na manhã de ontem (09/11), a Comissão docente responsável pela articulação da Campanha Salarial 2021 se reuniu com a secretária Ariane Benigno, da SEADPREV (Secretaria de Administração e Previdência do Piauí), para tratar acerca da defasagem salarial dos professores da UESPI (Universidade Estadual do Piauí). Além da secretária, também estiverem presentes o reitor da UESPI, Professor Evandro Alberto e a superintendente da Segov (Secretaria de Governo), Nubia Ramos.
A professora Rosângela Assunção, coordenadora geral da ADCESP, abriu o debate apresentando o estudo econômico encomendado pelo Sindicato e que analisa a defasagem salarial da categoria docente. “Nossa perdas salariais já chegaram à 55,93%. São 7 anos sem reposição salarial e sequer sem a reposição da inflação. O que queremos aqui hoje é sair com a proposta do governo para apresentar a categoria e iniciar nosso diálogo para negociação”, afirmou.
O Prof. Gisvaldo Oliveira, Coordenador da ADCESP e dirigente do ANDES-SN, reforçou a importância de debater o reajuste com base na defasagem salarial da categoria e não a partir de um reajuste comum a todas as categorias. “Tem sido comum que os governos apresentem um percentual para todas as categorias, um reajuste linear, mas para nós é fundamental ter como referência nossa especificidade e nossa defasagem, a partir do estudo que já foi aqui apresentando”, afirmou.
O Prof. Antônio Dias, coordenador de comunicação da ADCESP, ressaltou que já existe um dissídio coletivo onde o governo se comprometeu em promover o reajuste tão logo o estado saísse do limite da LRF. “Mas de lá pra cá não houve avanço nisso. Então nossa categoria há muito tempo espera por uma resposta”, afirmou.
Representando a base da categoria, o professor José Bispo, trouxe um sentimento geral da categoria de desvalorização do trabalho. “Em outras universidades, os salários aumentaram e, em alguns casos, até dobraram, e o nosso está estagnado”, afirmou.
Ao final das falas dos docentes, os representantes do Governo do Estado apresentaram suas questões relacionadas à pauta da reunião. Núbia Ramos, representando a SEGOV, explicou o motivo da demora do agendamento dessa reunião, que havia sido solicitada pela Coordenação da ADCESP ainda em julho desde ano. “Houve um entendimento do governo de não reunir com as categorias e, antes disso, fazer um levantamento das questões salariais de todas as categorias. Não foi só a ADCESP, as outras categorias também. Ainda estamos fazendo esse estudo pela equipe econômica do governo e as primeiras reuniões estão acontecendo agora”, afirmou.
A secretária de administração, Ariane Benigno, explicou que, a princípio, não será possível apresentar uma proposta mais concreta acerca do reajuste, uma vez que os estudos ainda estão sendo realizados pela equipe econômica. “Eu não posso apresentar uma contraproposta antes do Governo apresentar a discussão feita com a equipe econômica. Não sei se será linear, porque o estado estava totalmente desequilibrado e agora conseguimos equilibrar”, afirmou a secretária.
De acordo com a secretária, o Governador deve se posicionar até o dia 15 de dezembro e, portanto, somente após essa data será possível avançar nas negociações. Diante disso, ficou agendado para o dia 16 de dezembro uma nova rodada de negociação, onde a expectativa é que o governo já apresente uma contraproposta em relação ao que foi reivindicado pela categoria docente da UESPI: que é um reajuste de 55,93% referente ao 7 anos se que a categoria docente da UESPI está sem reposição salarial da inflação.