Após quatro semanas de greve, os professores da UESPI decretaram a suspensão do movimento e a manutenção das mobilizações para assegurar o cumprimento do acordo firmado com o Governo do Estado, após audiência de conciliação no Tribunal de Justiça. O encaminhamento foi dado em assembléia da categoria realizada nesta segunda-feira (15), no campus Torquato Neto em Teresina.
A avaliação dos docentes é que as negociações do governo avançaram após as mobilizações. A estratégia da categoria é suspender a greve como condição para o cumprimento do calendário de propostas por parte do governo.
O professor de Gisvaldo Oliveira, de Floriano, avaliou a greve como positiva. “Fomos vitoriosos. Encerrar a greve não é acabar a luta. Vamos garantir um calendário de mobilizações para o cumprimento desse acordo”, afirmou.
A professora Rosângela Assunção, coordenadora geral da ADCESP, lembrou que o campo de negociação com o governo só foi aberto após o movimento da comunidade universitária. “Enviamos uma série de ofícios solicitando reuniões. Nenhuma audiência foi agendada. Se não fosse o movimento, o governo não teria nos recebido”, disse.
O professor Daniel Sólon alerta que momento é de permanecia na articulação da categoria. “O governador Wellington Dias tem um histórico de passar por cima dos acordos. Temos fortalecer as mobilizações e conseguir a adesão de novos professores para futuramente, caso não sejam cumpridos os acordos, façamos um movimento ainda maior”, apontou.
RELEMBRE O MOVIMENTO
A última assembleia dos professores foi realizada dia 03 de abril e avaliou ausência de resposta do governo. Os professores mantiveram o movimento paredista em votação e deliberaram uma marcha em defesa da universidade que resultou em avanços nas negociações com os governos após o dia 10.
Uma nova reunião com com o secretário de governo, Osmar Júnior, foi realizada após a Marcha ao Palácio de Karnak. As deliberações foram reforçadas com a audiência de conciliação convocada pelo Tribunal de Justiça no dia 12, com o desembargador Ricardo Gentil.
Para o professor Omar Albornoz, a articulação em defesa da Uespi é uma reação necessária ao sucateamento das politicas para o ensino superior publico estadual. “Vamos mostrar ao governo que nosso movimento não parou, nossa defesa continua. A Uespi está viva e se nega a morrer”, pontuou.
CALENDÁRIO ACADÊMICO
Os professores defendem a volta às salas de aula após a publicação de um novo calendário acadêmico por parte da reitoria.
AUTONOMIA FINANCEIRA
Uma reunião para discutir sobre a autonomia financeira da universidade e sobre novas contratações de professores. A reunião foi agendada para o dia 07 de junho. O governo aponta o fim de maio como período de saída do limite prudencial de gastos.
A professora Lucineide Barros defende um estudo aprofundado sobre financiamento público. “Como as prioridades no âmbito do orçamento público se definem. Para verificarmos o local de prioridade em que nos encontramos”, apontou.
Um seminário sobre autonomia financeira devera ser organizado para as próximas semanas.
PROFESSORES APROVAM MOÇÃO DE REPÚDIO A CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO
Na assembleia os professores repudiaram a criminalização do movimentos dos estudantes da universidade que ocupam a reitoria desde o mês de março. A gestão da prefeitura universitária registrou um boletim de ocorrência contra os estudantes.
Os docentes repudiam a ação da administração da universidade que pretende usar de medidas coercitivas para o fim da ocupação.
ENCONTRO NACIONAL DE EDIÇÃO
Uma moção em repúdio contra o governador Wellington Dias foi aprovada na plenária do Encontro Nacional de Educação.