Governo do estado descumpre decisão judicial e não nomeia os professores aprovados em concurso público da UESPI

Enquanto a Universidade Estadual do Piauí – UESPI sofre com a carência de professores (atualmente são quase 600 disciplinas sem professores), o Governo do Estado está descumprindo uma decisão judicial, que determina a nomeação de três professoras aprovadas no último concurso público para o quadro efetivo da instituição.

A decisão foi proferida ainda no mês de outubro de 2019, determinando ao Governo do Estado o prazo de 15 dias para a nomeação. Entretanto, passados mais de um mês da desde o fim do prazo, o governo ainda não apresentou uma justificativa ou data para a nomeação das professoras.

 

Conversamos com as professoras das áreas de Odontologia e Letras, que reafirmaram sua indignação com a postura do governo, que não desrespeita apenas as docentes aprovadas em concurso público, mas também o Tribunal de Justiça do Piauí e mais de 20 mil estudantes que sofrem diariamente com a carência de professores.

“Há mais de um mês o governo está descumprindo uma decisão judicial e a SEGOV diz apenas que está aguardando um relatório de impacto financeiro da SEAD, esta por outro lado não tem nenhuma informação sobre esse pedido. O Governo protela nossa nomeação, enquanto a UESPI está nesse sucateamento, principalmente com relação a necessidade do corpo docente”, afirmam as professoras.

Hoje pela manhã (22/11), as professoras foram novamente ao Palácio de Karnak e, mais uma vez, saíram sem respostas. Foram informadas que a assessoria jurídica do governo já elaborou uma minuta do decreto de nomeação, entretanto, não há previsão para a nomeação.

A Coordenação Estadual da ADCESP lembra que a nomeação dos classificados no último concurso para professores efetivos é uma das pautas de reivindicação da greve de 2019, que culminou com um acordo judicial, onde o governo se comprometeu em efetivar essas nomeações.

“Eram, ao todo, 26 professores classificados. Parte deles já foram nomeados, mas a postura do governo em negar a totalidade das nomeações e descumprir sistematicamente acordos e decisões judiciais relacionadas à UESPI demonstra claramente o desrespeito e desprezo com nossa Universidade, que a principal instituição de ensino deste estado”, afirma o professor Antônio Dias, coordenador de comunicação da ADCESP.