Sem transporte, estudantes da UESPI não conseguem acessar a universidade na capital e interior do Estado

A UESPI, em todo o Estado, abre suas portas para o início de mais um período letivo e que, depois de 2 anos, volta a acontecer de modo presencial. Entretanto, entrar na universidade não tem sido uma tarefa fácil, seja na capital ou no interior do Estado. 

 

Em Teresina, a crise do transporte coletivo segue gerando consequências graves e deixando estudantes do turno da noite completamente sem ônibus para ir e voltar a universidade. A denúncia já foi feita, mas a solução ainda não foi apresentada pela administração superior e pela Prefeitura de Teresina, responsável pelo transporte público.

 

No interior do estado, o problema com o transporte também tem impedido o acesso às aulas. Em Oeiras, o Campus recém inaugurado é motivo de alegria para a comunidade. Entretanto, sua localização tem impossibilitado que estudantes cheguem até às salas de aula, principalmente, pela ausência de uma política de mobilidade e locomoção dos estudantes.

 

Nessa semana, estudantes e professores da UESPI em Oeiras fizeram uma manifestação/intervenção para comprovar a inviabilidade de ir a pé para a universidade e os riscos de a ausência de um transporte coletivo traz para estudantes e professores. Compartilhamos, na íntegra, o relato da professora Gabriela Berthou de Almeida, docente do curso de História/UESPI-Oeiras) sobre a realidade atual do campus:

 

Dia 20 de abril, estudantes e docentes da Uespi do campus Possidônio Queiroz/ Oeiras realizaram uma passeata até a sede do novo campus, instalado no bairro Parque Leste, com o objetivo de denunciar a AUSÊNCIA de transporte para chegar ao campus. Tendo como ponto de partida a rodoviária de Oeiras (há estudantes que residem em bairros mais distantes), foram 50 minutos de caminhada que nos fizeram constatar algo que já sabíamos: é inviável o deslocamento a pé em qualquer um dos turnos das aulas e para participação em projetos de pesquisa e extensão, assim como é alto o custo para os que conseguem ter um transporte privado.

 

Ainda que com 5 anos de atraso, a comunidade acadêmica comemora a inauguração do novo campus e a possibilidade de retomada das aulas presenciais, no entanto, não aceita o fato de isso não ter sido acompanhado por um planejamento relacionado a alimentação e transporte. É importante dizer que professoras/es e estudantes da UESPI/Oeiras já vem evidenciando o problema da ausência de transporte e a necessidade de construção de um restaurante universitário muito antes do campus ser inaugurado, mas nenhuma providência concreta foi tomada.

 

Localmente o movimento estudantil, docentes e a direção tentaram estabelecer diálogos com o poder público municipal, mas até o momento não houve avanços nas tratativas.

 

Julgamos urgente que a Administração Superior se posicione sobre a demanda e venha até Oeiras dialogar com docentes, discentes, técnicos e terceirizados. Trata-se de uma situação emergencial, temos pressa para garantir o início das aulas, mas isso não pode ocorrer com a exclusão das/os estudantes que não podem arcar com as despesas de transporte e alimentação.

 

O acesso e a permanência na Universidade pública é um direto. A categoria docente do campus de Oeiras tem apoiado fortemente a luta estudantil: sem transporte e alimentação não se faz educação!